Vivemos em uma cultura que olha muito pras coisas, pro mundo externo. Que estimula as vitórias rápidas, as soluções encantadoras. É uma sociedade que coloca sempre o ter em primeiro lugar do que o ser. E isso vai, de certa maneira, influenciando na relação que temos com a nossa saúde mental e até a nossa espiritualidade. Volta e meia de deparo com propostas mágicas ou imediatistas para lidar com questões existenciais e emocionais. É como se a saúde mental virasse uma coisa, uma conquista comparada a um troféu. Um troféu que se ganha com Rivotril, com pequenas dicas no Instagram ou com cursos.

Precisamos ser mais realistas. Não quer dizer que utilizarmos paliativos seja algo ruim por si só. Eles nos indicam um caminho, se usados com sabedoria. Mas é necessário tratarmos as coisas como elas são. Às vezes, as dores no corpo não são de origem fisiológica! Aquela dor de cabeça pode ser devido à maneira como você tem lidado com a vida. E a busca de um propósito na vida implora por um mergulho profundo na sua história.

Transformação leva tempo, é só olhar para a natureza. Nós somos parte da natureza, lembra? Imagina se nós pudéssemos tratar os traumas ou dificuldades antigas nas relações através de livros ou de vídeos na internet… A humanidade já seria outra. Se a gente quer se tornar saudável de verdade precisamos nos conhecer, olhar para dentro e não ficar buscando a solução fora. Como eu falei antes, eles são indicadores, auxiliares. Mas não fazem o trabalho que só você pode fazer.